“Se algo não está dentro de você, então não reverbera – mesmo que você

tenha técnica, mesmo que seja grande seu esforço. Não há dúvida. O que

existe de verdade dentro do coração é o que atinge quem o assiste.

Mesmo que o escondam, quem assiste vai entender. O que é a alma? E o

desejo da alma? O que o espírito quer transmitir? É um problema

candente. Na vida cotidiana, na dança, o que queremos transmitir

amadurece aos poucos. Quando quisermos transmitir algo, só

conseguiremos se o extrairmos, assim, de nossas raízes, e o mostrarmos

dilacerado”. (KAZUO OHNO)

No mundo caótico em que vivemos somos diariamente engolidos por imagens e informações que nem sempre são condizentes com aquilo que precisamos. Uma quantidade desmedida que ao final do dia resume-se em quase nada. Muita informação, pouco conhecimento. O artista é um ser poroso, sensível e suscetível a absorções boas e ruins.

Como então utilizar tudo isso a nosso favor na hora de atuar? Simples. Um intenso filtro que valorize as coisas individuais e encontros potentes dando significado e significância ao aprendizado adquirido por anos e as relações de existência em nós. Pinça-los um a um, desse amontoado. E manda-los ou ao lixo da memória (esquecimento) ou ao afago as profundezas da alma (nossa maior riqueza).

Objetivo

Pela primeira vez convidamos vocês a uma jornada presencial e online de uma semana inteira onde serão oferecidos a atores e atrizes um ‘compêndio’ prático, teórico e reflexivo sobre a Arquitetura Atuação Contemporânea 2 da necessidade de buscarmos o estado de elevação artística – A PARTÍCULA DO SER – que compreende o princípio de seu eu artístico, sua base fundamental para uma execução singular diante das câmeras. Para que as possíveis percepções individuais possam elaborar e arquitetar seus processos singulares, inatingíveis até então (mesmo através de métodos vigentes já utilizados por vocês). Um outro olhar, um ‘des-ver’ sobre si, sobre o mundo e o que impregna inconscientemente em nós. Vivemos, apesar das quantidades, alienados, perdidos em informações e acúmulos desnecessários. Mas durante o workshop esses propósitos pretendem dar sustentação e ampliação aos seus saberes. O corpo, a mente e o ar da vida em completa reativação.

ATUAR NÃO É UM ATO ARTISTICO. ATUAR É, UM ATO DA VIDA.

Nos mais de 60 projetos audiovisuais realizados como preparador de atores e atrizes em 38 anos de carreira artística o ator e diretor Luiz Mario Vicente, in loco, na prática do dia-dia fez observações e anotações que compõem esse workshop.

A atividades se baseiam em:

•  Exercícios práticos e teóricos que antecedem o início das aulas para um abastecimento intelectual.

• Leituras dirigidas, a palavra como fonte da imagem e dos silêncios.

•  Reflexões livres, diálogos, cenas, improvisações da vida.

• Atividades a serem desenvolvidas fora do horário de aula.

• Exercícios físicos, mentais e emocionais criteriosamente elaborados para esse encontro, ativando a poética de cada um, para que a arte deva transitar, sem ego, sem fantasias, sem cobrança, sem medo. Liberta assim, o inconsciente e refina o consciente.

Como você estuda “VOCÊ”? E seu outro eu, o personagem?

Venha praticar o avesso de si em cena e descobrir isso.